PAULO LÚCIO NOGUEIRA
Paulo Nogueira nasceu em Pouso Alto (MG), no ano de 1930. Formou-se pela Faculdade de Direito do Largo São Francisco, turma de 1957. Advogou na Capital paulista entre 1958 e 1959 e foi delegado de polícia substituto em Marília, de 1959 a 1961. Ingressou na Magistratura em 1962. Foi juiz em Araçatuba, Guararapes, Valparaíso, Andradina, Pereira Barreto, Mirandópolis, Lucélia, Pompéia, Tupã, Marília e na Capital. Aposentou-se em 1983 e faleceu em 1996.
ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL. 2º. VOLUME. Organização de Aparício Fernandes Capa de Ney Damasceno. Rio de Janeiro: Folha Carioca Editora Ltda., 1977. 496 p.
Ex. bibl. Antonio Miranda
O PERDÃO
Aos que me magoaram e foram por mim magoados.
Perdoar o mal que nos é feito
é afastar todo preconceito e sentir satisfação,
pois não é fácil, meu irmão, deixar de lado
a vaidade, o amor-próprio, o orgulho
e perdoar com humildade, com afeição,
aquele que nos fez algum mal.
É preciso saber, querer e poder perdoar
para também poder ganhar o perdão,
já que todo mundo vive errando na vida,
no exercício de alguma função,
e para obter tranquilidade no viver,
é indispensável perdoar e pedir perdão.
É necessário sempre relembrar a lição
de Jesus, que muito amou e soube perdoar
a adúltera pro ter escandalizado,
a Pedro que O havia renegado,
a Madalena por muito ter pecado,
a Dimas que com Ele foi crucificado
e até mesmo para aquele que O mataram
teve um sentido olhar de compaixão
e pediu ao Pai que os perdoasse
porque não compreendiam sua ação.
Nessa minha árdua e falha missão,
com que temor tenho enfrentado a lei,
que não permite quase sempre o perdão,
obrigando o juiz a suavizar o seu rigor
com muita compreensão e ser capaz
de enfrentar a situação daquele que errou
e entender que sempre foi da nossa natureza
cair e levantar, numa constante fraqueza,
da qual não foge o próprio julgador
nas suas decisões, razão por que lhe peço, Senhor,
que não negue aos meus erros o seu perdão.
ETERNA PRESENÇA
Ao grande Presidente morto Juscelino Kubischek,
com profunda admiração.
Viandante da política ingrata,
que, na sua brilhante carreira,
conheceu o fausto da glória
e a dureza do ostracismo,
mas que sempre foi grande
com seu grande otimismo.
Partidário genuíno da democracia,
que foi lema do seu governo,
que não conheceu o fracasso
porque o moveu a ação;
que não conheceu a discórdia
porque semeou o perdão.
Figura entalhada na História,
imagem de um período vibrante,
que consagrou nosso nome,
princípio de realizações intrépidas,
que despertaram a Nação
para um destino maior.
Figura entalhada na História,
de sorriso condescendente,
ponte entre o passado e o presente,
que encorajou os indecisos
a plantarem no coração do planalto
a "capital da esperança".
Filho do próprio tempo,
homem do século moderno,
político de índole liberal,
paladino do trato humano,
vidente de horizontes perdidos,
jardineiro do cerrado agreste,
campeão de todas as lutas,
reduto de muitas esperanças,
crente de novas madrugadas,
líder de um povo órfão,
baluarte de uma geração indômita,
descansa o seu sono profundo
no chão que sua coragem imortalizou.
*
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Página publicada em junho de 2021
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